Na cidade da Beira, foi desarticulado um grupo formado por jovens que, ao longo dos últimos seis anos, esteve envolvido na falsificação de certificados escolares de instituições públicas e privadas, além de recibos e documentos de vendas diretas (VD) de empresas do ramo de ferragens e restauração.
A detenção dos quatro suspeitos ocorreu graças a uma operação da Polícia da República de Moçambique (PRM), motivada por diversas denúncias apresentadas por empresas situadas na província de Sofala.
De acordo com o porta-voz da PRM, Dércio Chacate, várias empresas reportaram prejuízos consideráveis devido ao uso de documentos falsificados, como VDs e faturas. Em muitos casos, os produtos entregues aos clientes não coincidiam com os registos oficiais das empresas.
A investigação apontou que o grupo atuava a partir de uma pequena reprografia situada no mercado do Maquinino. Os envolvidos, com formação em informática, usavam equipamentos especializados para produzir documentos falsos conforme os pedidos de seus clientes.
Um dos suspeitos detidos admitiu que os pedidos eram feitos por telefone e, após o pagamento, criavam justificativos falsos para compras de materiais de construção ou alimentos. “Alguém me procurou solicitando uma VD para justificar uma compra no mercado paralelo. Eu imprimi e entreguei o documento, que foi usado para explicar a compra ao patrão. Tenho consciência de que é ilegal, mas estou desempregado”, relatou.
As VDs forjadas eram comumente utilizadas para adquirir materiais de construção, com pedreiros e mestres-de-obras recorrendo a quem pudesse fornecer documentos em branco. “Eu apenas entrego as VDs em branco. O que fazem com elas depois, não sei”, completou o jovem.
Rede de falsificação de documentos é desarticulada na cidade da Beira

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