O maior produtor de petróleo do mundo compra gasolina de Portugal, que é a principal exportação nacional para os EUA, isenta de tarifas.

Portugal importa petróleo bruto do maior produtor mundial e exporta petróleo refinado para ele. Se os Estados Unidos refinassem todo o petróleo que produzem, isso geraria mais problemas do que pagar 1,07 mil milhões a Portugal. Em fevereiro, as exportações aumentaram 11,9% e as importações subiram 3,3%. O Governo preparou um pacote de 10 mil milhões para responder às tarifas de Trump. Com o impacto das tarifas, os EUA podem enfrentar estagflação e afetar a Europa, mas ainda é cedo para conclusões definitivas. A vice-presidente do BCE afirmou que a Europa precisa responder com prudência às tarifas. Desde o anúncio das novas tarifas de Trump, a atenção global se voltou para as exportações para os EUA, e em Portugal, o Governo está buscando apoiar as empresas afetadas, enquanto o petróleo refinado se destaca como uma exportação que não enfrenta essas taxas.

Em janeiro, Portugal exportou para os Estados Unidos aproximadamente 62 milhões de euros em petróleo refinado, com outros produtos como medicamentos e pneus também figurando entre as principais exportações. O país importa gás liquefeito, gás natural, crude e componentes de aviação dos EUA. O engenheiro António Comprido explica que os refinadores, como a Galp, compram crude de acordo com a qualidade e preço mais vantajosos, e vendem os produtos refinados onde obtêm melhores preços. Portugal importa crude dos EUA e exporta gasolina refinada. Embora os EUA não refinem todo o crude que produzem, enfrentam restrições técnicas e um desequilíbrio no mercado, o que os leva a importar gasolina. No caso de Portugal, o mercado nacional também não pode ajustar sua capacidade de refinação, pois isso causaria um déficit de outros produtos, como gasóleo.

A refinação gera uma divisão específica dos produtos, como gasóleo (40-45%), gasolina (20-25%), combustível de aviação (10-15%), entre outros derivados. Portugal possui uma das maiores capacidades de destilação da Península Ibérica, com a refinaria de Sines processando cerca de 226 mil barris por dia. Em 2024, as exportações de combustíveis para os EUA aumentaram significativamente, atingindo 1.077 milhões de euros, um crescimento considerável desde 2020. O setor energético, no entanto, não foi afetado pelas tarifas anunciadas por Trump, uma vez que a necessidade de importar gasolina pelos EUA permanece.

O especialista destaca que as tarifas não representam um grande problema para o setor, embora uma possível distorção na concorrência global causada por tarifas diferenciadas entre países possa prejudicar a exportação de Portugal. A demanda dos EUA por gasolina continuará, independentemente das tarifas.