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Funcionários auxiliares do Hospital Geral José Macamo, localizado em Maputo, têm sido direcionados para exercer atividades de jardinagem.

Serventes do Hospital José Macamo designados para jardinagem, situação gera críticas

Vídeos que chegaram à redação mostram serventes do Hospital Geral José Macamo, em Maputo, realizando tarefas de manutenção nos jardins da unidade de saúde.

Em uma das gravações, um trabalhador comenta, de forma irónica, que pode acabar aparecendo na televisão enquanto corta a relva. Ele relata que a jardinagem é percebida como uma forma de castigo. “Não temos os materiais necessários para as nossas tarefas e ainda assim nos obrigam a trabalhar como no tempo colonial. Expulsámos o colono branco, mas ficámos com o colono negro”, lamenta o funcionário.

Um dos denunciantes, que partilhou os vídeos com o jornal Carta, afirmou que a situação tem causado cansaço físico e psicológico entre os trabalhadores, que pedem por apoio. Segundo ele, a administração do hospital tem optado por direcionar os serventes à jardinagem devido à falta de orçamento para contratar profissionais especializados na área.

Questionado sobre a situação, o Diretor Clínico da unidade, Luís De Walle, explicou que a prática é comum em várias províncias como Niassa, Nampula e Sofala, onde serventes também cuidam dos jardins dos hospitais.

“Mesmo sem formação específica, há serventes que assumem a manutenção dos pátios, incluindo os espaços verdes. Não temos funcionários exclusivamente designados para varrer ou limpar. Cuidar do ambiente externo também faz parte das tarefas atribuídas aos serventes”, afirmou De Walle.

Ele acrescentou que o hospital passou recentemente por uma reestruturação, o que implicou uma redistribuição interna de pessoal. “Com a suspensão das contratações no setor da saúde, tivemos que reorganizar as equipas. Temos, por exemplo, uma técnica de laboratório que foi admitida como servente e atualmente trabalha na limpeza”.

O diretor reiterou que a jardinagem está incluída no leque de atividades dos serventes, e que a redistribuição de funções é uma prática comum na administração pública. “Já tivemos enfermeiros transferidos para o Centro de Saúde da KaTembe, por falta de recursos humanos. O mesmo acontece com serventes realocados do laboratório para a cozinha ou da farmácia para a área externa. O que seria fora do comum seria transferir uma enfermeira para o jardim”, esclareceu.

Por outro lado, um dos trabalhadores ouvidos pelo Carta destacou que as funções dos serventes normalmente incluem receção de pacientes, encaminhamento para as salas de atendimento, substituição de roupa de cama, remoção de lixo hospitalar, além de lidar com resíduos humanos e cadáveres. Ele sublinha, no entanto, que a jardinagem não faz parte dessas responsabilidades.

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