Moçambique tem enfrentado um aumento preocupante no número de casos e óbitos devido a doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), conforme os dados do Inquérito Nacional sobre Prevalência e Factores de Risco para as DCNT (InCRÓNICA 2024), divulgados recentemente em Maputo.
Os resultados indicam que cerca de 31,6% da população adulta sofre de hipertensão, afetando um em cada três adultos. Além disso, 4,1% dos adultos são diabéticos e 15,7% apresentam colesterol elevado, sendo este último mais comum entre as mulheres.
Ivan Matsinhe, secretário permanente do Ministério da Saúde (MISAU), ressaltou que a obesidade quase dobrou, passando de 7,5% em 2005 para 13,8% em 2024. Ele também alertou sobre o aumento dos fatores de risco para doenças cardiovasculares entre a população.
O inquérito mostrou ainda que o sedentarismo aumentou de 6,5% para 14,3%, com um impacto maior nas mulheres, enquanto o consumo de álcool subiu de 5,4% para 25,3%. Além disso, 17,3% dos adultos entre 40 e 69 anos têm risco cardiovascular superior a 20%, o que indica uma chance significativa de falecimento nos próximos dez anos.
Matsinhe destacou que as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por quase metade da demanda nos serviços de urgência e reanimação nas principais cidades do país, como Maputo, Beira e Nampula.
Inácio Alvarengo, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatizou que esses dados são essenciais para o fortalecimento das políticas de saúde pública, adaptadas às necessidades do país. O InCRÓNICA faz parte de um projeto em cinco fases, com novos inquéritos programados até 2028.
O aumento das mortes causadas por doenças crônicas em Moçambique tem gerado preocupação entre as autoridades.

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