Um grupo de trabalhadores manifestou-se em frente ao centro de recrutamento da empresa responsável pela gestão do Porto de Nacala, bloqueando parcialmente as operações de descarga de carga geral e de contentores.
Durante o protesto, os manifestantes denunciaram práticas de exclusão, mesmo após anos de colaboração com a empresa, e reclamaram de irregularidades nos pagamentos.
“Se o trabalhador tenta apresentar uma reclamação, é imediatamente afastado. Quando chegam navios carregados com arroz, são chamados trabalhadores externos, enquanto nós, que estamos aqui há anos, somos ignorados. Dependemos dessas embarcações para receber salários, e, por vezes, o pagamento é irrisório – já houve mês em que recebemos apenas 10 meticais”, relatou um dos estivadores.
Outro trabalhador afirmou que não existe vínculo contratual formal. “O director não respeita os trabalhadores e nos afasta sem justificativa. Queremos um salário fixo, que não dependa da chegada de navios. Como sustentar a família se não houver embarcações durante um mês? Fazemos o trabalho pesado, mas apenas os capatazes e conferentes têm remuneração fixa”, desabafou.
Um terceiro manifestante destacou que a ausência de um salário-base compromete o sustento das famílias. “Se alguém adoece e não consegue trabalhar, simplesmente não recebe. É comum passar até três meses sem remuneração por falta de navios. Pedimos que seja estabelecido um mínimo, pelo menos 2.000 meticais mensais, para garantir nossas necessidades básicas. Queremos conversar diretamente com o proprietário da empresa, pois o director não nos valoriza”, afirmou.
Por outro lado, uma fonte ligada à empresa informou que as partes chegaram a um entendimento e, desde a tarde de quarta-feira (9), as operações no porto foram normalizadas. Durante as negociações, reconheceu-se o empenho dos colaboradores da Terminais do Norte, especialmente na descarga de carga geral, e a necessidade de valorizá-los de forma justa.
No Porto de Nacala, os estivadores demonstram insatisfação com a atuação da empresa Terminais do Norte.

Leave a Reply